Segundo
os dados do Senso de 2000, os evangélicos eram 15% da população brasileira, o
que significava, na época, um crescimente significativo. Há pouco, o IBGE anunciou, com base nos dados de 2010, que o número
de evangélicos aumentou, chegando à marca de 22% da população. Diante destas
informações, talvez, rapidamente afirmemos: “estamos tendo sucesso na missão”. Sim,
podemos afirmar que estamos crescendo, e este notório alargamento do número de
membros é um bom sinal da nossa potencialidade. No entanto, o crescimento
numérico em si não basta. Antes, precisamos crescer, também, em compreensão do
que seja a nossa missão.
Nosso chamado é para sermos luz e sal da terra (Mt 5, 13-16). Ser sal e
luz é sinalizar a presença do Reino de Deus, que já está entre nós (Lc 17,24).
A sinalização pode acontecer em todas as influencias que pudermos exercer. Como
questionou Ariovaldo Ramos em um de seus livros: “fico a pensar, que mudanças
poderiam ocorrer na sociedade se, por exemplo, evangélicos advogados se
reunissem para aperfeiçoar as leis do país; se evangélicos engenheiros se
reunissem para propor o jeito do Reino de construir cidades; se evangélicos
jornalistas se reunissem para discutir e propor um novo jeito de tratar a
notícia; se evangélicos empresários se reunissem para celebrar um pacto de
ética; se evangélicos economistas e tributaristas desenvolvessem um projeto de
reforma tributária?”. Nesta lista poderíamos acrecentar os grande proprietários de terra evangélicos pensando em formas para começarem uma justa distribuição de terras ou de alimentos produzidos, iniciadas por suas própriedades. De maneira geral, o que aconteceria se em cada oportunidade, no
nosso dia a dia, sinalizassemos os valores do Reino?
Acredito que o grande desafio não seja somente acrescentar o número dos que se tornam membros,
mas de levar em consideração, também, a missão de sinalizar na prática,
iluminados pelo evangelho, o Reino de Deus.